Ultrassonografia e linfonodos SUPERFICIAIS em cães

Tempo de leitura: 2 min

Escrito por Adriana Meirelles
em 6 maio, 2016

Hoje eu encontrei novamente um artigo que tinha lido há muito tempo. Como eu escrevi esses dias sobre linfonodos abdominais, achei interessante colocar alguma coisa também sobre os linfonodos superficiais. 
O artigo é de Nyman et al. 2005 publicado na Veterinary Radiology and Ultrasound (Characterization of normal and abnormal canine superficial lymph nodes using gray-scale B-mode, color flow mapping, power, and spectral doppler ultrasonography: a multivariate study).   
Lá eles falam da importância  do estadiamento em pacientes com câncer e como a palpação dos linfonodos é muito subjetiva. Como havia pouca informação sobre os aspectos ultrassonográficos dos linfonodos em cães, os autores estudaram 318 linfonodos em 142 cães. Eles avaliaram linfonodos aumentados ou linfonodos que drenam uma região que tinha tumor; avaliaram também 100 linfonodos de animais saudáveis como controle. Todos com análise citologica e/ou histologica posterior.
Os linfonodos foram divididos em: normal, reativo, com linfoma, com metástase. Analisaram linfonodos axilar, inguinal, mandibular, superficial cervical e poplíteo. 
O artigo apresenta em tabelas todas as variáveis analisadas e o que se encontrou em cada grupo. Resumidamente, houve diferença significativa  na razão entre eixo curto/longo dos linfonodos normais vs. malignos. Os normais tinham formato mais oval. A média dos linfonodos normais foi 1,5 cm, dos reativos 2,0 cm, metastáticos 2,5 cm e linfoma 3,0 cm. Os normais eram isoecogênicos ao tecido adjacente, enquanto os malignos eram mais hipoecogênicos e com textura variada. Os reativos  tendem a ter ecogenicidade e ecotextura mista. O reforço acústico foi mais frequente nos malignos.
  • O linfonodo axilar foi o mais difícil de se encontrar nos animais normais. 
  • Linfonodos em animais com linfoma eram mais arredondados.
  • Os normais e reativos eram mais ovais. 
  • Os metastáticos tinham formas mais variadas (menores mais ovais e maiores mais redondos).
  •  Os normais tinham bordos mais difíceis de delimitar; os reativos e malignos tinham bordos mais nítidos (possivelmente pela infiltração do parênquima). 
  • A visualização de um hilo hiperecogênico não foi diferente entre benignos e malignos. 
  • A grande maioria dos linfonodos metastáticos e com linfoma eram hipoecogênicos em relação ao tecido adjacente.

O artigo tem muitas outras informações pra quem tiver interesse. Vamos começar a ultrassonografar mais esses linfonodos? 😉
Fotos retiradas do artigo citado. O da esquerda, inguinal com linfoma; o da direita, pré escapular normal.

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